domingo, 27 de janeiro de 2008

"Zés manés"

Hoje estava num momento decadente de fim de domingo assistindo Faustão, e me chamou a atenção um comentário da cantora Cláudia Leite enquanto justificava sua saída da banda Babado Novo, e falava sobre música em geral. Ela afirmou que as pessoas deviam ouvir tudo que as deixassem alegres, não importasse o estilo, mas que os que falam "gosto de rock e odeio pagode" eram todos uns "zés manés". A platéia aplaudiu e gritou.

O problema não é o fato dela cantar axé, mas sim afirmar uma coisa dessa. Pra começo de conversa, toda pessoa que gosta de tudo, se diz eclética e acha tudo muito bom, é porque não tem opinião formada, muito menos crítica. Ninguém é obrigado a gostar de todas as músicas só porque fazem sucesso, porque tocam na rádio, ou porque 90% da população admira. É importante que cada um escolha aquilo com que se identifica, e não só a respeito de música mas em qualquer outro assunto, ter senso crítico para julgar o que acha ou não adequado para si próprio.

Muita gente pode achar que escrevo este post porque não gosto de axé. Não é por isso, pois penso que existe uma diferença entre preconceito e tolerância, e o que precisa haver quanto a gêneros musicais é a tolerância. Em todo estilo há coisas boas, feitas por gente de talento,e coisa ruim também. Por exemplo, dentro da axé music, considero que bandas como o Olodum e a cantora Daniela Mercury como aqueles que ainda têm suas raízes, e enfatizam a cultura de sua propria região. Suas letras falam da cultura afro, do Ylê Ayê, portanto deixo claro que não estou levando o post pro lado pessoal.

Porém, o comentário da cantora Cláudia Leite foi com certeza muito infeliz, porque todo mundo tem direito de ouvir o que quer, e os roqueiros, como ela citou, não são obrigados a curtir o som dela. Isso porque ela participou das mixagens Estúdio Coca-Cola junto com a banda CPM 22, e ficou evidente que pra ambos foi difícil aceitar o estilo um do outro. E enquanto no Brasil todo mundo for engolindo tudo garganta abaixo, a começar pela música, teremos pessoas que concordam com o senso comum, e têm dificuldades até pra escolher seus governantes. E tomara que ela não fale mais abobrinhas assim, e respeite mais a escolha musical das pessoas assim como ela quer ser respeitada.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

E Uberaba é notícia

Uberaba não é o paraíso, mas ultimamente a mídia abusou de minha humilde cidadezinha da roça. Desculpa, mas aqui é uma roça e não tem jeito mesmo. Primeiro, veio o escândalo todo do leite, seguido das muçarelas (que ao contrário do que eu pensava é com cedilha, apesar de que com dois "s" é bem mais apresentável) vencidas. Como eu mesma escrevi neste blog, muito estardalhaço para os fatos. Na falta da imprensa ter o que abordar, pegaram o leite pra Cristo.

Segundo, o ilustre macaco Chico. Ambientalistas e defensores do primata que me perdoem, mas eu considero total falta de competência não conseguirem dar um destino aceitável ao bichinho. O caso de Chico, que era embebedado e até drogado por freqüentadores da Mata do Ipê, foi do cômico ao trágico, de furtos a um pedaço de orelha humana arrancada. E isso estava interessante pra mídia, pois Uberaba apareceu nacionalmente nos meios de comunicação diversas vezes, por um assunto assim tão banal.

Terceiro, o BBB uberabense. Como se participar desse reality show atribuísse competência ou excelência a uma pessoa, o assunto na cidade virou o médico psiquiátrico Marcelo. E a sociedade uberabense levemente hipócrita comentou, e muito, o fato do cara se afirmar homossexual. Não duvido da opção sexual do participante, mas é óbvio que ele vai se valer disso pra se considerar digno de obter o prêmio. Não se sabe até que ponto ele quer defender sua "classe" ou criar uma característica que possa beneficiá-lo, visto que um BBB que se autoafirmou gay já ganhou o prêmio de um milhão.

E assim, como disse o garçom a um turista uberabense no Rio de Janeiro, "Você é da terra do leite com soda e do macaco Chico?" . Poxa, esqueceram do boi zebu... ah nem!

domingo, 6 de janeiro de 2008

Ano NOVO??

Todo Ano Novo é a mesma coisa; os programas de tevê, na falta de terem o que falar, começam a ensinar simpatias com romãs, uvas, pular ondas, além de ficarem aconselhando a cor ideal pra se usar na virada. Particularmente, não acredito, pois não há roupa branca que pare os EUA se eles quiserem fazer guerra, ou mesmo que parem uma facção do Rio entrando em conflito com a outra. Não vai cair dinheiro do céu se usarem amarelo, ao menos que se trabalhe.

Outra coisa mais que banalizada é o Big Bosta Brasil, que está ficando a cada ano mais sem graça, mesmo com a direção da Globo sempre inventando uma coisinha aqui e outra ali. Todo mundo sabe que não entra quem manda fita, mas existem olheiros desde a primeira edição escolhendo potenciais participantes, e a maioria dos "brothers" já fez uma ponta num programa da Globo, ou é miss alguma coisa, sempre assim. E o povo é, ou se faz de bobo, acreditando que há muita credibilidade no programa.

Daqui uns dias vem o Oscar, que tá mais pra badalação do que premiação de cinema de verdade. É a oportunidade maior no ano dos estilistas mostrarem sua criatividade com os vestidos exuberantes das estrelas de Hollywood. Ganham sempre aquele que todo mundo sabe que vai ganhar, é difícil acontecer algo que não está na expectativa de todos. Fora o comediante americano fazendo piadinhas idiotas, num total falso moralismo criticando o governo americano. E a platéia finge que acha graça e dá gargalhadas. Sempre igual.

O que talvez seja mais interessante é as Olimpíadas de Pequim, pois a China com certeza está preparando um super espetáculo pra mostrar ao mundo todo seu poderio econômico. Mas é previsível que EUA, China, Cuba, conquistem muitas medalhas, o Brasil melhore em relação ao quadro de medalhas de Atenas, pois regredir seria muito lamentável. Alguns novos talentos, Michael Phelps continuará provavelmente o rei das piscinas, e assim vai. Previsível.

E ainda falam de Ano Novo... é, pelo menos será 2008, será par e não ímpar, mudança muito significativa. Ainda fico com o versos de Drummond:
"Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre."