sábado, 15 de dezembro de 2007

Tiros em Columbine

Confesso que me interessei pelo assunto retratado pelo filme Elefante (vide último post), e acabei assistindo Tiros em Columbine, polêmico documentário do americano Michael Moore, mesmo diretor do outro polêmico Fahreinheit 9/11 (sobre o atentado às Torres Gêmeas). Diferente do que se pensa, o enfoque do filme não é o atentado de Columbine em si, nem a vida pessoal dos dois garotos que cometeram o tiroteio, e seus motivos. Mas aborda-se a sociedade americana, considerada por Moore como belicista e violenta, além da facilidade de se obter armamento.

Michael Moore mostra que alguns bancos oferecem, com extrema facilidade, armas em troca da abertura de uma conta, ou seja, a pessoa abre uma conta e ganha uma espingarda. Além disso, aborda a facilidade de se comprar balas num supermercado, e mesmo qualquer tipo de munição. Estima-se que grande maioria das casas americanas possuem armas em casa, e destaca-se a região de Michigan, onde os americanos chegam a ter coleções de armamentos.

O mais interessante, e o que para mim foi a mensagem mais forte do documentário, foi a verdadeira indústria do medo que os EUA alimentam. As pessoas vivem alarmadas, vivendo em eterno alerta laranja, com medo de terroristas, alimentando preconceitos a negros e latinoamericanos. E ainda nos faz refletir que os maiores medos da civilização mundial são gerados pela mídia americana, como o bug do milênio que não aconteceu no ano 2000, uma possível arma biológica que nunca foi encontrada no Iraque, uma fábrica de artefatos nucleares jamais vista na Argélia, e até toda a preocupação causada com o aquecimento global. Assim, a maneira dos Estados Unidos se manterem como potência mundial é amedrontando o planeta, fazendo com que as pessoas desconfiem de qualquer um, e, claro, temendo esse país.

Michael Moore também faz um paralelo interessante entre a sociedade americana e a canadense. Em ambas há grande facilidade de obter armas, e a maioria das casas está armada. Porém, o número de homicídios nos EUA é incrivelmente maior, e explora-se o fato de que no Canadá as pessoas não vivem amedrontadas, e inclusive não trancam a porta de suas casas. Por isso o filme faz uma relação interessante, entre medo e guerra, medo e terror. E nos faz ver que a banalização das armas faz sim a violência aumentar, mas não é o principal fator. Realmente, nos faz pensar e refletir, excelente documentário.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Elefante

Hoje assiti a um filme bem diferente, Elefante, do diretor Gus Van Sant . De 2003, trata sobre um assunto pertinente e que parece ter se tornado mais comum, os jovens que cometem assassinatos em série, seja na escola ou na universidade. O acontecimento em Columbine, que ficou famoso no mundo todo, foi inspiração pro diretor que mostrou o dia-a-dia de uma escola americana.

O filme chega a ser quase mudo. De pouquíssimos diálogos, que podem até parecer bem vagos, com repetições de cenas diferenciando o ângulo de cada personagem. Há os típicos adolescentes americanos; o atleta bonitão, as patricinhas que induzem o vômito após as refeições, a garota excluída de óculos, o simpático fotógrafo, e os dois protagonistas que só serão descobertos mais para o fim do filme.

Outro enfoque trazido é homossexualismo na adolescência, pois é explorado um grupo de discussão sobre o assunto, e os garotos em questão que praticam a "chacina" na escola são gays. A crítica do filme é para a sociedade americana, pois os dois meninos, que gostam de jogos violentos no pc e assistem a programas de tevê sobre a ascensão nazista, conseguem com facilidade comprar armas pela internet, e as recebe pelo correio.

Para quem não tem muita paciência, é difícil ver o filme, pois ele é sim monótono, até que chega a parte em que ficam evidentes as reais intenções dos garotos. Mas é bem curto, uma hora e 16 minutos mais ou menos, naquele estilo "final sem final". Recomendo pra quem quer ver um filme diferente, em todos os sentidos, e que trate de um assunto que não seja tão banal, como muitos dos filmes mais recentes. Mesmo eu tendo contado parte do enredo, é bom que cada um veja pra tirar suas próprias conclusões, ou não. Porque os elefantes nunca esquecem...

Segue o trailler do filme
http://http://www.youtube.com/watch?v=dFjFRa3lroI


terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Ah, o tédio...

Ah, o tédio. Coisa inexplicável, basta-se por si só. Enquanto reclamo dele, muitos, sei muito bem, invejam poder ter pelo menos uma semaninha dedicada ao ócio. Pior que o tédio puro, é o tédio-consciência-pesada. Aquele que vivenciamos mas sabemos que poderia não exisitir, pois há mais o que fazer, algo necessário. Mas, mesmo falando mal do coitado, optamos por ele.

Desperdício de tempo? Nem sempre. Se não parássemos à toas pensando no nada, não faríamos infinitas reflexões, deixaríamos de lembrar uma cena engraçada, ou uma música, ou mesmo um filme ou um personagem de livro. Ou até uma pessoa que se foi, ou uma pessoa que convivemos.

Bom mesmo é pensar no passado. Pode ser excesso de saudosismo que vive em mim, mas como eu gosto de relembrar! De qualquer coisa, sempre buscando na memória um fato, especialmente cômico, um lugar, um arrependimento, um sabor, um cheirinho... ah, é bom demais! Serei mais alegre enquanto ainda tiver memória! E voltando ao assunto central, um trechinho de Tédio- Bíquini Cavadão:

Vejo um programa que não me satisfaz
Leio o jornal que é de ontem, pois pra mim tanto faz
Já tive esse problema, sei que o tédio é sempre assim
Se tudo piorar, não sei do que sou capaz

Sentado no meu quarto
O tempo voa
Lá fora a vida passa
E eu aqui a toa
Eu já tentei de tudo
Mas não tenho remédio
Pra livrar-me deste tédio...

E que tediante falar do tédio...

domingo, 2 de dezembro de 2007

Salve o Corinthians...


Pois é... salvem o Corinthians, porque para alegria de grande parte da nação, ele está lá, na segunda divisão! Mesmo com a derrota do meu Palmeiras, não consigo conter a imensa felicidade que toma conta de mim!

Agora, obviamente, começam as desculpas... que o time virou centro de lavagem de dinheiro, que a constante mudança de técnicos abalou a equipe, que os melhores jogadores foram vendidos... mas não adianta, não há justificativa, o que interessa é que o Timão se deu mal!

A torcida foi a mais comédia, mesmo com o time lá no fundo do poço, não deixou de aplaudir e gritar. O nome disso é cumplicidade? Não, é orgulho! Não dá o braço a torcer que um dos maiores clubes brasileiros tá nessa crise... os leitores corinthianos que me desculpem, mas essa não podia deixar passar em branco! E viva!