Este ano, o Nobel da Paz, divulgado essa semana, ultrapassou todos os níveis de interferência que a política pode ter. Maior exemplo de politicagem foi premiar o Al Gore, devido a seus esforços pela preservação ambiental com seu filme "Uma verdade incoveniente". Está muito claro que todo o alvoroço que seu filme causou teve intuito de autopromoção, de fazer a imagem de um candidato ecologicamente correto e, junto com o Oscar, o Nobel veio a calhar. Al Gore anunciava que não seria candidato até esta semana, quando, após de receber mais de 200 mil assinaturas numa petição do site Draftgore.com, afirma repensar sua candidatura.
Al Gore tem um passado político e um caráter melhor que George W Bush, e é bem provável que seja um melhor presidente do que Bush. Mas o que não se pode confundir é uma premiação como o Nobel, que deveria destacar pessoas que pouca condição tinham e muito fizeram pela paz mundial, e não um futuro candidato a presidente com interesses políticos. É certo que a causa ambiental ganha mais destaque dia após dia, e que é um excelente chamarisco para campanhas políticas, porém muitos estudiosos de física e biologia criticaram as informações do documentário de Al Gore, considerando muitas delas equivocadas e sensacionalistas. Óbvio, nada como uma pitada de sensacionalismo e especulação para se fazer sucesso em qualquer meio de comunicação.
Considero que a questão da paz mundial é muito mais ampla e complexa do que simplesmente enaltecer a causa de um documentário de grande projeção mundial. Seria mais sensato se fosse escolhido para receber o prêmio alguém que fizesse pela melhoria das condições de vida em seu país ou comunidade, alguém preocupado com a situação africana, ou mesmo com a violência urbana. O que fica transparecido depois do Nobel de Al Gore é que tudo gira em torno de um jogo de interesses, e assim fica complicado conferir credibilidade mesmo a uma instituição como a ONU.
terça-feira, 16 de outubro de 2007
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