Está acontecendo um Plebiscito Popular, que se estende de 1º a 7 de setembro, perguntando a opinião dos brasileiros quanto a algumas questões, como a volta da Vale do Rio Doce ao Estado, pagar as dívidas externas ou investir em melhores condições de vida, diminuir o preço da energia elétrica e a reforma da previdência. E estou pasma, e digo também revoltada, a que ponto o capitalismo tomou conta da cabeça das pessoas. Sinceramente, imaginava que a maioria das pessoas votasse pela volta da Vale ao governo, por investir em melhores condições de vida, diminuir o preço da energia em nossas casas e não aprovar a reforma da Previdência. Mas não; as pessoas cujas opiniões ouvi desejam exatamente o contrário. Fiquei revoltada; não porque não aceite a opinião dos outros, mas porque os argumentos me decepcionaram. Diziam que o plebiscito era inútil, em nada mudaria, e infelizmente é essa a realidade política do Brasil, não se acredita mais em mudanças.
Primeiramente, fica claro que os questionamentos querem ver o que o brasileiro pensa, com o que ele concorda ou não, e os acomodados parecem conformados com a atual situação. Mesmo que a elite continue dominando o cenário político, o povo não pode calar a boca, abaixar a cabeça pra tudo que acontece. Sim, seria hipocrisia nossa achar que a energia elétrica dimunuiria caso vencesse no plebiscito, mas não é por isso que vamos esconder nossa indignação, principalmente pros mineiros que vêem aumentos exorbitantes todo o ano. Não é possível que alguém goste de pagar a mais pela energia que consome, isso eu não entendo, e preocuro entender.
Quanto às melhores condições de vida ao povo brasileiro, a elite continua dando as costas pra todos os programas sociais do governo. Nesta semana, o programa do Primeiro Emprego, um dos pilares da campanha política do atual governo Lula, teve de ser abandonado. O motivo? Nenhuma empresa, especialmente em Minas Gerais, se habilitou a abrir vagas pros jovens a partir de 15 anos. Boas intenções o governo federal até tem algumas, mas sozinho não pode nada. Outro exemplo é o Fome Zero. As empresas do setor alimentício e de transportes não se propuseram a cooperar, e o programa foi esquecido, e não se fala mais nele. E o que se vê é que muitos parecem estar indiferentes a essa situação, e acham que a miséria no Brasil ainda existe só devido à corrupção; e não é bem assim.
Outra coisa que me deixa indignada é o proletariado que acha que faz parte da elite, e defende os direitos dela. Isso é um retrato comum da região que moro, em que as pessoas compram carro a prestação, têm algumas roupinhas de marca, se alimentam mal e acham que são burgueses. Fato lamentável, com o qual se convive diariamente. E por isso vemos o crescimento de alguns partidos de direita junto às classes baixas. Nem falo mais nada, se não me exaltarei mais do que já estou e vou acabar falando mais bobagem... e o capitalismo cada vez mais forte, mais dominante, e a antiga luta pelos direitos trabalhistas fica de lado, pois não cabem dentro de tanta futilidade que domina a mente de muitos.
Concluindo, deixo claro que a situação que descrevi, foi a que vivi, daqueles que votarão "sim" nos quesitos do plebiscito. Não quero universalizar a situação, mas me revolto perante essas coisas. Estou ciente de que o plebiscito não acarretará grandes mudanças nem revoluções no sistema, hipócritas não podemos ser. Porém, não é por isso que vamos calar a boca, consentir com as atitudes da elite, afinal não faço parte dela nem quero fazer. E também concordo totalmente com a elite que se protege; ela está no seu direito de defender seus interesses. Só continuarei, até a morte, não concordando com nenhuma opinião proveniente da pseudoelite. E chega por hoje.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
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Um comentário:
complexo, complexo
-sobre a Vale do Rio Doce eu acho que tinha que ser vendida de novo, de forma justa, mas deve sim continuar sendo privada.
-sobre os demais temas nao tem nem o que falar, obvio que o governo tem que investir primeiro no povo, pq ai o povo produz melhor... a energia entao, tem que ser estatal e barata, pq as empresas tao sacaneando demais...
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